terça-feira, 25 de outubro de 2011

CAPITULO 1C


  O ônibus chegou à praça e eu desci. Peguei um moto-boy e fui para casa. Nesta época eu morava no Lar Gaúcho.
  Cheguei em casa e fui tomar um banho.
  Aquela água morna caindo em meu corpo me fez relaxar e pensei em tudo que havia acontecido. De repente notei que estava ficando excitado, dei asas à minha imaginação e me masturbei. Deitei e adormeci. Acordei com minha mãe chamando para o almoço. Já era meio dia.
  -Só mais cinco minutinhos, mãe – respondi sonolento.
  Fiquei deitado mais um pouco e relembrei tudo que havia acontecido. Levantei e fui almoçar.
  Estavam todos perto da churrasqueira.
  Dei um bom dia, como há muito tempo eu não dava. Minha mãe foi a primeira a responder:
  -Bom dia filho! Que felicidade é essa?
  -A noite deve ter sido boa, Dona Dilma – disse meu cunhado com um ar debochado.
  -E foi mesmo. – respondi.
  -Viu um passarinho verde filhão?- perguntou meu pai.
  -Verde, azul, amarelo... Acho que todas as cores, pai.
  Todos riram e continuaram batendo papo.
  Fui até a geladeira pegar uma cerveja.
  Minha mãe não se conteve e veio atrás para saber o real motivo da minha felicidade.
  -Quem é o felizardo, filho?- perguntou ela.
  -Mãe!? – falei baixinho em tom de censura.
  -Faz muito tempo que não te vejo feliz assim Éder. Se você quiser dividir tua felicidade eu estou aqui.
  -Ta bom mãe. Não adianta disfarçar mesmo.
  -Eu sabia. Coração de mãe não se engana.
  Rimos daquela situação.
  -Eu conheci uma pessoa maravilhosa ontem.
  -E marcaram alguma coisa para hoje ou para o final de semana?
  -Não. – respondi abrindo a cerveja e servindo dois copos.
  -Quando irão se ver de novo?
  -Não sei mãe. Esquecemos de trocar telefone ou endereços. Nem sei se é recíproco o que estou sentindo.
  -Como não sabe? Vocês não... Como é que os jovens falam?
  -Ficaram?
  -Isso mesmo! Vocês não ficaram?
  -Não, só conversamos. Foi um encontro como esses de novela.
  -Pelo menos essa felicidade toda tem nome?
  Tomei um gole da minha cerveja, olhei para um vaso de lírios que estava sobre a mesa da cozinha e respondi:

  -Fabrício. Fabrício Oliveira. É só isso que eu sei.
  Por um segundo senti um misto de tristeza e saudade, mas minha mãe percebeu e não deixou meu astral cair:
  -Éder, nosso destino está todo traçado. Se for para ser teu, você irá reencontrá-lo. Seja hoje, amanhã ou daqui a um ano, não importa. Ele será teu e vocês serão muito felizes.
  Levantei da cadeira, dei um forte abraço e um beijo em minha mãe.
  -Eu te amo, mãe.
  -Também te amo, filho.
  Minha mãe voltou para a churrasqueira e eu fiquei sentado pensando.
  Dona Dilma é a mãe que todo filho gostaria de ter. Zelosa, amiga e conselheira, mas também dá muita bronca quando pisamos na bola. Pra mim é a melhor mãe do mundo. Gostaria de poder ser seu filho por “trocentas” vidas.
  Levantei, fui até meu quarto e liguei o radio. Estava tocando um musica da Marisa Monte. Prestei atenção na letra. Aquela musica estava tocando para mim. Dizia exatamente assim:
  “E no meio de tanta gente eu encontrei você, entre tanta gente chata, sem nenhuma graça, você veio...”
Eu encontrei você! 

Um comentário:

Anônimo disse...

show de bola gury