O ônibus chegou à praça e eu desci. Peguei um moto-boy
e fui para casa. Nesta época eu morava no Lar Gaúcho.
Cheguei em casa e fui tomar um banho.
Aquela água morna caindo em meu corpo me fez relaxar e
pensei em tudo que havia acontecido. De repente notei que estava ficando
excitado, dei asas à minha imaginação e me masturbei. Deitei e adormeci.
Acordei com minha mãe chamando para o almoço. Já era meio dia.
-Só mais cinco minutinhos, mãe – respondi sonolento.
Fiquei deitado mais um pouco e relembrei tudo que
havia acontecido. Levantei e fui almoçar.
Estavam todos perto da churrasqueira.
Dei um bom dia, como há muito tempo eu não dava. Minha
mãe foi a primeira a responder:
-Bom dia filho! Que felicidade é essa?
-A noite deve ter sido boa, Dona Dilma – disse meu
cunhado com um ar debochado.
-E foi mesmo. – respondi.
-Viu um passarinho verde filhão?- perguntou meu pai.
-Verde, azul, amarelo... Acho que todas as cores, pai.
Todos riram e continuaram batendo papo.
Fui até a geladeira pegar uma cerveja.
Minha mãe não se conteve e veio atrás para saber o
real motivo da minha felicidade.
-Quem é o felizardo, filho?- perguntou ela.
-Mãe!? – falei baixinho em tom de censura.
-Faz muito tempo que não te vejo feliz assim Éder. Se
você quiser dividir tua felicidade eu estou aqui.
-Ta bom mãe. Não adianta disfarçar mesmo.
-Eu sabia. Coração de mãe não se engana.
Rimos daquela situação.
-Eu conheci uma pessoa maravilhosa ontem.
-E marcaram alguma coisa para hoje ou para o final de
semana?
-Não. – respondi abrindo a cerveja e servindo dois
copos.
-Quando irão se ver de novo?
-Não sei mãe. Esquecemos de trocar telefone ou
endereços. Nem sei se é recíproco o que estou sentindo.
-Como não sabe? Vocês não... Como é que os jovens
falam?
-Ficaram?
-Isso mesmo! Vocês não ficaram?
-Não, só conversamos. Foi um encontro como esses de
novela.
-Pelo menos essa felicidade toda tem nome?
Tomei um gole da minha cerveja, olhei para um vaso de
lírios que estava sobre a mesa da cozinha e respondi:
-Fabrício. Fabrício Oliveira. É só isso que eu sei.
Por um segundo senti um misto de tristeza e saudade,
mas minha mãe percebeu e não deixou meu astral cair:
-Éder, nosso destino está todo
traçado. Se for para ser teu, você irá reencontrá-lo. Seja hoje, amanhã ou
daqui a um ano, não importa. Ele será teu e vocês serão muito felizes.
Levantei da cadeira, dei um forte abraço e um beijo em
minha mãe.
-Eu te amo, mãe.
-Também te amo, filho.
Minha mãe voltou para a churrasqueira e eu fiquei
sentado pensando.
Dona Dilma é a mãe que todo filho gostaria de ter.
Zelosa, amiga e conselheira, mas também dá muita bronca quando pisamos na bola.
Pra mim é a melhor mãe do mundo. Gostaria de poder ser seu filho por
“trocentas” vidas.
Levantei, fui até meu quarto e liguei o radio. Estava
tocando um musica da Marisa Monte. Prestei atenção na letra. Aquela musica
estava tocando para mim. Dizia exatamente assim:
“E no meio de tanta gente eu encontrei você, entre
tanta gente chata, sem nenhuma graça, você veio...”
Eu encontrei você!
Um comentário:
show de bola gury
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